07 setembro 2011

Terceiro Seminário II

O segundo texto apresentado foi “A cidade no fluxo do tempo: invenção do passado e patrimônio” de Irlys Alencar F. Barreiras. O texto utilizava a cidade de Fortaleza (CE), que em 1990, com as transfigurações urbanísticas acontecendo na cidade, encontrou  um grande dilema entre a conservação de espaços e monumentos que resguardam a “história da cidade” ou a modernização por causa do crescimento urbano da cidade. Quando estas transformações ocorrem nos espaços urbanos, principalmente em grandes metrópoles, a recuperação dos locais e das tradições que compõe a historia do local, chega com grande intensidade através dos urbanistas. A autora cita o termo “diálogo entre passado e presente” que é uma metáfora que pretende trazer o passado para o presente, sobre o ponto de vista fictício e que não volta mais, algo inventado e vivido junto com o espaço urbano contemporâneo. Na busca de tentar recuperar algo perdido, de encontrar suas raízes através da ancestralidade e na busca de ligações temporais conduzem as discussões sobre patrimônio como lugar de negociação entre passado e presente onde o passado aciona um tempo mítico que, apesar de todo sofrimento e falta de métodos da época, tanto o insider quanto o outsider constroem uma idéia de felicidade. Assim, o turismo age, através do reencantamento (processo de redescoberta do mundo) dos patrimônios culturais ou naturais, sejam eles materiais ou imateriais.
“O espaço e a vida urbanos aparecem como se fossem submetidos a sucessivas perdas que remontam a nostalgia de um tempo anterior, de maior sociabilidade e intimidade entre os indivíduos.” (SIMMEL, 1976 apud BARREIRAS, 2003; 316)
“A metáfora da cidade como linguagem suscita o tema dos signos e investimentos culturais que integram diferentes especialidades. Nesse sentido, os discursos literários, artísticos e depoimentos difundidos nos meios de comunicação de massa constituem registros dos dramas das cidades, sua transformações, perdas e utopias” (CANCLINI, 1997 apud BARREIRAS, 2003; 318)
“Recuperar o passado não é, entretanto, repetir o tempo, mas reinventá-lo” (HOBSBAWM, 1984 apud BAREEIRAS, 2003; 320).
Renata Nogueira

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